sábado, 23 de maio de 2009

Como se ainda te aguardasse


São cinco horas...e parece que o tempo não passou...
No café da livraria... na mesma mesa...
Troco os talheres pela colher do café...
Tantos romances documentados...
É como se pudesse passar todos os dias lendo-os...

Como se ainda te aguardasse


Lembro-me do aroma daquele almoço...
O café foi solitário... como agora...
Abro as primeiras páginas do livro que me acompanha
Mas pareço não estar lendo a voz do autor...
Leio seus lábios... seu sorriso... o olhar que não esquecerei...

Como se ainda te aguardasse

O tempo... a xícara vazia parecem me esgotar...
Me sufoca ao mostrar que as coisas mudaram...
Como pude achar que tudo era previsível...
Levanto-me...
Tomo a rua... e é como se ainda estivesse alí...

Como se ainda te aguardasse

Passo pelas pessoas... não quero que esbarrem em você
Então percebo que não está... não aqui...
Em sua doce lembrança... amarga sensação...
O que não quero mudar... mesmo que mudasse...
Não é só o tempo que passa...

Como se ainda te aguardasse

Os papéis registraram o tempo que não volta...
As fotos... a cores que pretendo não mais ver...
O aroma... o que me desviarei... sempre...
Despeço-me...
Não é mais...

... como se ainda te aguardasse


Um comentário:

Thaís Chrispino disse...

perfeito... é como se lesse meus pensamentos...