quinta-feira, 28 de maio de 2009

Um café sob a brisa do outono...


Ajeito o cabelo com os dedos... e quase consigo te ver por dentre eles...
Fito-te... ainda distante...

Ahhh, esse sorriso... sim... Vejo que já me viu... mas o sorriso... ainda não foi para mim...

Gentilmente a garçonete te serve um copo d´água... entre um gole e o apoiar do copo na mesa... não resiste... um meio sorriso já ganhei... Nossa...
De repente o sol parece brilhar mais forte... será q são pássaros, rsss... Não... é só o desastrado ao lado que desviou o seu olhar... porque não se contém em sua mesa... momento mágico... não se vá...

De saída... você se levanta, como se quase se importasse em deixar aquele momento... sorri para o nada... respira o ar fresco da manhã... Sim, será um longo dia... será que para ti também?...

Moreno misterioso que arranca meus suspiros...
Até o próximo café sob a brisa do outono...
Até...

domingo, 24 de maio de 2009

Tulipas... desvenda-me ou devoro-te...




Tão delicada... e de pés gelados...
Suas cores vibram... em contraste com o céu azul...
Pudera... o sol do inverno parece não incomodar...
Delicada estrutura...

Tulipas...
Amarelas, brancas... ahhh, as vermelhas...
Entusiastas... reservadas... notáveis...
Desejadas... cada uma...
Lindas e singulares...

Hoje... me perco em sua beleza...
Campo vasto... a geada lhe conforta...
Em seus pés... me curvo... me deito...
Brinco com suas fortes folhas...
Acaricio suas delicadas pétalas...

Doce manhã de inverno...
Colorida.. a divertir-me...
Distraír-me...
Meu pequeno,
e curioso universo...

Só escuto o vento...
Vejo... e endeuso suas cores...
Sutil presença...
Desvendo-te...
Devoro-te...

Irresistível...

sábado, 23 de maio de 2009

Como se ainda te aguardasse


São cinco horas...e parece que o tempo não passou...
No café da livraria... na mesma mesa...
Troco os talheres pela colher do café...
Tantos romances documentados...
É como se pudesse passar todos os dias lendo-os...

Como se ainda te aguardasse


Lembro-me do aroma daquele almoço...
O café foi solitário... como agora...
Abro as primeiras páginas do livro que me acompanha
Mas pareço não estar lendo a voz do autor...
Leio seus lábios... seu sorriso... o olhar que não esquecerei...

Como se ainda te aguardasse

O tempo... a xícara vazia parecem me esgotar...
Me sufoca ao mostrar que as coisas mudaram...
Como pude achar que tudo era previsível...
Levanto-me...
Tomo a rua... e é como se ainda estivesse alí...

Como se ainda te aguardasse

Passo pelas pessoas... não quero que esbarrem em você
Então percebo que não está... não aqui...
Em sua doce lembrança... amarga sensação...
O que não quero mudar... mesmo que mudasse...
Não é só o tempo que passa...

Como se ainda te aguardasse

Os papéis registraram o tempo que não volta...
As fotos... a cores que pretendo não mais ver...
O aroma... o que me desviarei... sempre...
Despeço-me...
Não é mais...

... como se ainda te aguardasse