segunda-feira, 22 de junho de 2020

Corra doce menina...


Corra doce menina...
Suas asas foram cortadas por tanto tempo...
Seus pés não sentirão os gravetos...
Secos como tua garganta...

Não olhe para trás...
Suas asas sararam na penumbra da noite...
A floresta é sua amiga...
A sua sombra não o é...

Não respire...
O ar fresco gélido não lhe congelará a alma...
Apenas o coração...
A dor...

Bombeie... criança... bombeie...
Você verá o crepúsculo...
No crepúsculo a sua dor se esvairá...
Corra... serás fugas...

Não, não olhe para cima...
Abra suas asas...
Ande...
Menina... você não é um pássaro...

A noite é para mulheres...
O que tu és...
A floresta é para Diana...
O que tu és...

Sopro de vida...
Se esvai...
Se esvai...
O coração pulsa...

O sangue jorra pela lâmina feroz...
Maldita caçadora de coração partido...
És mulher...
Ela é apenas um passarinho de asa quebrada...


terça-feira, 26 de julho de 2016

Ainda... que seja amor

Sentir...
Ouvir...
Inspirar...

...o amor
Ahhhh, o amor

Enquanto o tempo chega...
passa e amadurece a carne...
enrijece a armadura do coração...

...

Em seu nome somos loucos...
Em seu nome somos enebriantes...
Em seu nome somos retirantes de nós mesmos...

...

Sofremos de paixão...
Sofremos...
Por vezes... sofremos pela solidão...

...o amor
Ahhhh o amor

O coração aquece pela proximidade...
O coração aquece pelo bem querer...
O coração aquece... ainda que a felicidade esteja em outros braços...

...o amor
Ah o amor

O dom de desapegar ao apego do amor...
O dom de driblar a desilusão.. ainda que falsa a mentira...
O dom de negar a verdade para poder dizer o que é preciso ser dito...

...

O dom de sorrir... no sorriso do outro...
O dom de pulsar... no coração do outro...
O dom de ser... sem se perder no outro... por completo

...

O dom de dizer tchau... quando se quer dizer venha...
O dom de afastar... quando se quer aproximar...
O dom de amar... simplesmente amando...

... o amor
Ah o amor

...Ainda... que de longe...
...Ainda... que seja verdadeiro...
...Ainda... que seja amor...

domingo, 6 de março de 2016

Amor de anjo...

Esses dias, em uma roda de poucos amigos, me perguntaram: porque "Cidade dos anjos"?
Falávamos sobre filmes românticos... acabei escolhendo o meu favorito; para uns, o mais triste... o que, instigou a pergunta: romântico?

Resumidamente, o filme conta a história de um anjo mensageiro que deixa de sê-lo para "cair" e viver o amor por uma mulher (humana), e se descobre feliz, quando, então, percebe que só o viveria por menos de um dia...

A moral se envereda entre viver a eternidade perfeita sem aquele sentimento, ou viver uma vida, mundana, sabendo que somente por um breve momento sentiria o amor que o fez abandonar a imortalidade...

Se sou romântica? Na minha praticidade comum a meus amigos do sexo oposto... sim, sou.

A beleza deste filme, para mim, está no desprendimento, de tempo e espaço, diante da existência mais bela... da cor mair cheirosa, da consistência mais amável... do desmedido, do impensável... daquilo que simplesmente não se pode deixar para trás sem negar a própria existência.

Acho que é isso...

Não procuramos um amor leal ou bandido, real ou de filme...

Nos procuramos no sorriso refletido... no atropelar das horas... no embaraço das palavras que se perderam no pensamento...

Nos vemos na flor que brota no cimento.. na gargalhada perdida, no refletir do cabelo que esquecemos de pentear... no sorriso por uma mensagem ou ligação desprendida e perdida no dia seguinte...

No desconcerto de um bom dia...
.. do café que acabou... da torrada que não era com geleia... quem se importa que era de morango e não de framboesa?
Quem nunca sonhou em acordar e vestir a camisa social dele... ou vê-lo saindo tropeçando com os sapatos nas mão...

Desculpe-me... apaixonada ou não... a máquina para fotografar fez falta... mas...

Posso sorrir por ter uma memória fotográfica...

É o meu filme favorito...

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

As borboletas e as bitches


Pedindo licença a, para mim, épica banda U2, me dei ao luxo de, após ouvir a música "With or without you" na versão criada para a turnê 360°, em 2009, pegar ouvir a mesma música gravada na turnê Rattle and Hum, em 1988...

Com todo cuidado para não magoar meu amado príncipe Bono... o que aconteceu?????


Me apaixonei pelo Bono na primeira vez que ouvi essa música na versão dos anos 80, embora o ano já contasse as vésperas do novo milênio... 
E, hoje, já no novo milênio, cadê aquela paixão?

Foi quando me dei conta de que tal "fenômeno" não se restringiu às bandas, que uns chamam, com certo deboche e em tom de cafonice de "love metal".

Hoje, o amor não aparece desencontrado na melodia das músicas, mas abandonado, ignorado, desacreditado...

A mulher sonhada tornou-se a "bitch", que tem que ser menosprezada para ser usada e descartada pelo "guy"... o homem, o "cara" errado que, no erro, atrai mulheres para seu harém, claro, desde que sejam verdadeiras "bitches"...

A grande mulher é aquela que, de "bitch", sofreu com um "guy" e se tornou pior que ele... atraindo "guys" para seu harém, para serem menosprezados, usados e descartados...

Por sorte... vemos alguns, como Bruno Mars, John Mayer.. que trazem, em verdadeiro resgate, um tom de bom moço a busca da boa moça... mas que, para emplacar, ainda com dificuldade, justificam sua poesia com melodias dos anos 80... "me entendam, sou um amor das antigas"...


Diante da desenfreada busca pela praticidade da vida, pelo "sucesso" dos likes, passamos a artificialidade da vida, das relações... o profundo tornou-se raso... até porque, aquilo que é raso passa, não magoa... não se pode se sentir só, quando todos sozinhos, nunca estiveram mais sozinhos...


O amor tornou-se artificial, vendável, trocável, substituível...

O coração padeceu... morreu...

O antiácido matou as borboletas que tentaram lhe fazer cócegas no estômago...


Me desculpem... mas, salve as VHS que estão sendo "remasterizadas"... nasci com o coração batendo nos anos 80... queria ter podido congelá-lo lá juntos com minhas borboletas...

... e, com a voz do Bono...

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Bom dia!!!


Abro os olhos e lá está ele... seus lindos olhos cor de mel me fitando com um certo desejo contido... afinal, não tão contido assim...

Ele chega de mansinho... me cutucando de leve... mas, seu apetite parece voraz está manhã...

Sim, solteira aos 33 anos...
... e, sim, eu tenho um gato!

Não desses gatos sarados, ou não tão sarados... é um gatão mesmo, com quatro patinhas. Ele está com fome, e eu inconformada por ter acordado sozinha às 6h04 de um domingo.

Na verdade, não sei se estou inconformada por que acordar às 6h04 de domingo significa que nada fiz na data de ontem e na de anteontem ou, porque, antes do café, minha primeira reação foi ligar a TV e sentar para assistir sex in the city. 

Sinceramente, adoro esse seriado, mulheres independentes, umas que casam outras que não casam, mas me identifico com a proposta de tentar nos apresentar estereótipos de mulheres que o que decidiram que assumir suas vidas imperfeitas era a forma mais promissora de serem feliz.


Rótulo a partes,
Sim, solteira aos 33 anos...
... e, sim, eu tenho um gato!

Depois de passar o último ano afirmando, erroneamente, que tinha 33 anos, quando, eu juro, só os completei há duas semanas, parece que me perdi no tempo, que este ano está sendo revivido. 

Ontem me peguei pensando nisso enquanto tentava me concentrar para uma despretensiosa e informal meditação... está certo que a meditação foi para o brejo, mas, resolvi me comprometer sem compromisso... ou vive versa: decidi me dar férias pelos próximos 344, afinal, eu tenho um ano de crédito.

Não falo das férias na vida, meio que típicas nos 30 anos, até porque não tenho como parar de trabalhar e, desde que assumi minha nova vertente “concurseira”, não é hora de extravagancias “a la” Monique, assumidamente aquariana.

Bem... férias ou não, preciso do meu balde de café. Sim, atipicamente, abri meu computador antes mesmo de inebriar-me com o melhor aroma do mundo... guarda um segredo que não é segredo? Só acordo depois de um cheiro e um sagrado gole no meu café matinal. 

Afinal de contas,

Sim, solteira aos 33 anos...
... e, sim, eu tenho um gato!



 

Depois de longos 3 anos, voltei!!!!!


domingo, 24 de fevereiro de 2013

Se apaixonar...

Difícil arte de dizer: sim, você pode entrar na minha vida...
arrasar com meus planos... esquecer tudo...
E só pensar em você...

Difícil arte de ter que cronometrar o tempo longe...
as chuvas... os belos e alegres dias...
Até estar com você...

Difícil arte de acertar seu gosto... seu aroma... seu paladar...
o toque de suas mãos...
Até brindar com você...

Difícil arte de me entregar a você...
desvendar seu ser... seu ego... suas manias...
Conhecer você...

Difícil arte de entender que a paixão é como as primaveras...
lindas... coloridas... finitas...
Me distanciar de você...

Difícil arte de... dizer: adeus... fique bem...
Enfim... sem você...
Desapaixonada?...

Não... ainda é uma arte... me reapaixonar pelos momentos com você...
o meu reflexo de quando estive com você...
Ainda apaixonada...
                          ... Eternamente...